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'Lei Ómnibus' virou 'pacotinho'? Entenda qual a situação de Milei hoje na Argentina

g1.globo.com
'Lei Ómnibus' virou 'pacotinho'? Entenda qual a situação de Milei hoje na Argentina
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Assim que foi eleito, a primeira ação de Milei foi a apresentação de um pacotaço com 664 artigos ao Congresso argentino. Apelidado de 'Lei Ómnibus', o texto-base foi desidratado para menos de 360 artigos, mas manteve o tom ultraliberal característico de Milei e conseguiu a aprovação na Câmara dos Deputados. Assim que foi eleito presidente da Argentina, em novembro de 2023, a primeira ação de Javier Milei foi a apresentação de um pacotaço com 664 artigos ao Congresso argentino – na lista de medidas, cortes totais em subsídios setoriais, privatizações das mais importantes empresas estatais e poderes especiais para o Executivo.
Apelidado de "Lei Ómnibus", o texto-base foi desidratado para menos de 360 artigos, mas manteve o tom ultraliberal característico de Milei e conseguiu a aprovação na Câmara dos Deputados na última sexta (2) – agora, os parlamentares vão analisar item a item e, depois, enviarão a versão final ao Senado, casa mais hostil às pautas do presidente argentino.
Para a economista Carla Beni, em entrevista ao podcast O Assunto desta segunda-feira (4), "o que era realmente um ônibus" nas suas palavras, "está agora como um embrulho", um "pacotinho".
"Sabe aquele embrulhinho que a gente faz, que a gente tinha um pacotinho, que a gente vai pegando um papel em casa ou uma fita e no final faz o embrulho, mais ou menos, no final do ano, que você [dá ]de última hora? Então, ele está ficando mais ou menos desse jeito", disse ela, que é professora da FGV.
O presidente da Argentina, Javier Milei, durante discurso no Fórum de Davos
Gian Ehrenzeller/Keystone via AP
"Um embrulhinho onde você vai pegando o aquilo que você tem na gaveta e no armário, para que você possa ter uma aceitação", diz ela.
"Está longe do que era, aquilo já se perdeu, [mas] é o que dá no momento. Isso já desintegrou mesmo."
Também em entrevista ao podcast O Assunto, o jornalista Raphael Sibilla, correspondente da Globo em Buenos Aires, explica o intuito inicial do pacotaço.
"Fazer uma reforma estrutural na área econômica e fiscal da Argentina que impactasse todos os setores para conseguir o que ele tem uma obsessão, que é a questão do déficit fiscal, que a Argentina deixe de ter déficit fiscal".
Pacotão ultraliberal de Milei virou 'pacotinho'
E Sibilla descreve descreve o clima das ruas da capital argentina, onde manifestantes protestam em frente ao Congresso e são reprimidos com violência pelas forças policiais. Sibilla detalha que, na sua experiência como repórter, "nunca tinha visto um um congresso cercado por tantas forças policiais".
"Há tempos não se via uma Buenos Aires tão militarizada”.
Mas reforça que, embora a oposição esteja nas ruas, o presidente eleito "mantém seu núcleo duro de apoiadores".
"E está havendo, sim, confrontos, porque na lei antiquete, a polícia tem feito, colocado em execução esse protocolo, né? [Eu] Chamei de lei, mas na verdade é um protocolo. E quando a polícia tenta tirar os manifestantes das ruas ou porque eles estão marchando ou porque eles estão bloqueando ruas, se inicia o confronto."
"O Milei, em seu discurso, sempre teve um discurso muito contra quando era candidato às marchas, [que] é algo que faz parte da cultura argentina", complementa ele.
Ouça a íntegra aqui.
Grande obsessão de Milei é fazer ajuste fiscal mais forte do que o proposto pelo FMI
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Durante a campanha eleitoral, Javier Milei apareceu diante de seus apoiadores empunhando motosserras e bradando contra todo o sistema político e econômico da Argentina. Assim, foi eleito presidente e prometeu a “reconstrução” e uma “nova era” para o país. A primeira ação foi a apresentação de um pacotaço com 664 artigos ao Congresso argentino – na lista de medidas, cortes totais em subsídios setoriais, privatizações das mais importantes empresas estatais e poderes especiais para o Executivo. Apelidado de “Lei Ómnibus”, o texto-base foi desidratado para menos de 360 artigos, mas manteve o tom ultraliberal característico de Milei e conseguiu a aprovação na Câmara dos Deputados na última sexta (2) – agora, os parlamentares vão analisar item a item e, depois, enviarão a versão final ao Senado, casa mais hostil às pautas do presidente argentino. Para explicar o que caiu e o que ficou do megapacote, e as possíveis consequências políticas e econômicas para os hermanos, Natuza Nery entrevista o jornalista Raphael Sibilla, correspondente da Globo em Buenos Aires, e a economista Carla Beni, professora da FGV. Neste episódio:
Sibilla descreve os principais pontos do projeto de lei apresentado pelo Executivo. Na economia, evidencia-se a “obsessão de Milei pelo fim do déficit fiscal”. No âmbito da política, busca sobrepor seus poderes ao Legislativo “para fazer com que leis sejam decretadas sem que os parlamentares possam barrá-las”;
O repórter descreve o clima das ruas da capital argentina, onde manifestantes protestam em frente ao Congresso e são reprimidos com violência pelas forças policiais: “Há tempos não se via uma Buenos Aires tão militarizada”. Mas reforça que, embora a oposição esteja nas ruas, o presidente eleito “mantém seu núcleo duro de apoiadores”;
Carla comenta como o pacotaço apresentado por Milei virou “um embrulhinho”: “É o que dá para ele no momento”. E, na política externa, ela avalia que o presidente argentino “perdeu uma grande oportunidade” de apresentar seu plano econômico no Fórum Econômico Mundial em Davos, em janeiro. “O plano estratégico ainda não existe. É cedo para falar se a economia vai para o caminho certo ou não”, resume.
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O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Carol Lorencetti, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva e Thiago Kaczuroski. Neste episódio colaborou: Sarah Resende.
VEJA CORTES DO PODCAST O ASSUNTO EM VÍDEO

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